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Expansão da canola no RS: cuidados com a fertilidade do solo para o bom desenvolvimento da cultura

Além dos aspectos econômicos, a canola traz benefícios na quebra do ciclo de pragas e doenças, descompactação do solo e no controle do azevém

De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a cultura da canola (Brassica napus L.) vem se difundindo nas lavouras de inverno do Rio Grande do Sul (RS) ao longo das safras. O crescimento da canola fica evidente quando comparamos as áreas cultivadas no Estado em 2023 (91,000 mil hectares) e 2024 (146,000 mil hectares). Essa expectativa de aumento é ainda maior para a safra de inverno 2025, que prevê uma área de 200,000 mil hectares cultivados com a cultura.


Desse modo, além dos aspectos econômicos apresentados por essa cultura de inverno, observa-se que a canola oferece um tipo distinto de raiz, possibilitando a quebra do ciclo de pragas e doenças e a descompactação do solo, além de auxiliar nocontrole do azevém, planta daninha de difícil manejo no cultivo de trigo.


Diante do exposto, podemos observar no Gráfico 1 a comparação entre o Rio Grande do Sul e cenário nacional no crescimento da implantação da canola e a previsão para o ano agrícola de 2025.


Gráfico 1: Crescimento das lavouras de canola no RS (em mil ha¹).

Fonte: Conab, 2025.



  • Boa nutrição da canola atrelada ao arranque inicial da lavoura

Com a finalidade de obter êxito no cultivo da canola, o produtor deve ficar atento à fertilidade do solo, mais especificamente ao aporte adequado de nitrogênio (N) e enxofre (S), uma vez que a cultura em questão apresenta grande demanda desses nutrientes. Nesse sentido, solos com bom teor de matéria orgânica (MO) são fundamentais para atender a demanda desses dois nutrientes, diferentemente de solos mais pobres em MO e ácidos que podem comprometer a disponibilidade de nutrientes na fase inicial de estabelecimento da cultura.

Por outro lado, de acordo com a Sociedade Brasileira de Ciência do Solo (SBCS), com relação ao fósforo (P) e ao potássio (K), observa-se que em solos que comumente apresentam bons rendimentos de produtividade de soja e milho para os padrões da região, provavelmente para o cultivo da canola também não apresentarão deficiência.


  • Importância da nutrição da canola

A nutrição adequada é importante para o desenvolvimento inicial da canola e durante todo o ciclo para buscar altas produtividades. Na imagem 1, podemos observar o desenvolvimento fenológico da planta para a identificação do momento ideal de aplicação em cobertura, isso porque os nutrientes essenciais em algum momento do ciclo estarão diretamente relacionados ao metabolismo da planta, como enzimas, hormônios ou material estrutural.


Imagem 1: Desenvolvimento fenológico da canola até o estádio de quatro folhas verdadeiras.


Fonte: Cíntia Gonçalves Guimarães.



Imagem 2: Apresentação das quatro folhas verdadeiras (fase ideal para a adubação nitrogenada em cobertura).


Fonte: Embrapa, 2007.


O nitrogênio é o macronutriente com maior exigência pela planta. A recomendação é de 15 Kg ha-1 de N na semeadura (expectativa de rendimento de 1.5 t ha-1), e o restante em cobertura, lembrando que para cada tonelada adicional no rendimento da cultura deve-se adicionar 20 Kg ha-1 de nitrogênio.

A falta de N no solo pode ocasionar redução da produtividade e, doses maiores que a recomendada, pode causar elongação da fase vegetativa, aumentando assim a suscetibilidade de patógenos e diminuindo o teor de óleo.

Além disso, a canola necessita de 14 nutrientes, em especial o boro, com uma necessidade de 0,2 Kg ha-1, e o enxofre, com uma demanda média de 25 Kg ha-1.


  • Elementos que merecem atenção na nutrição da canola

O boro (B) e o enxofre (S) são demandados em maior quantidade nas áreas de canola quando comparados a outras culturas de inverno. A necessidade de boro é maior no período de florescimento e no enchimento dos grãos, pois a deficiência desse elemento limita o crescimento do tubo polínico, explicando a maior demanda desse micronutriente na fase reprodutiva.

Já a necessidade de um bom suprimento de S no cultivo da canola é essencial para o aumento da produtividade e para elevar o teor de óleo nos grãos e garantir uma qualidade das sementes. A deficiência do nutriente leva a um maior abortamento de síliquas, além dessas estruturas ficarem deformadas e pequenas.


  • Adubação de boro na cultura da canola

Em relação ao boro, recomenda-se a utilização de fertilizantes minerais, como o YaraVita Bortrac (10,9% de B), YaraVita Biotrac (1,1% de B) e YaraVita Phosamco Bio (0,02% de B). Nesse sentido, para a maximização da fotossíntese e pegamento de flores e de vagens, é recomendado a utilização de BIOTRAC + BORTRAC. Além disso, o boro proporciona uma alta absorção dos nutrientes e benefícios com eficiência produtiva, provendo um melhor enraizamento, permitindo a planta a alcançar raízes mais profundas.


  • Adubação de enxofre na cultura da canola

Para o suprimento de enxofre, recomenda-se a utilização em pré-semeadura de gesso ou até mesmo fertilizantes que possuam em sua formulação o S, como o YaraVita Glytrel MnP (3,8% de S), YaraVita Folicare (2,8% de S) e o YaraVita Thiotrac (22,7% de S). Em caso de adubação em cobertura, pode-se utilizar o sulfato de amônio [(NH?)?SO?], que possui 21% de nitrogênio e 24% de enxofre em sua composição.



Diante disso, observamos que, diferente dos demais cereais de grãos, a cultura da canola necessita de atenção com relação ao boro e ao enxofre que são extremamente importantes para o rendimento e produtividade da cultura, além de influenciar no teor de óleo na semente.


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Texto escrito por Grazieli Greth Sperling e Márlon Ribeiro Feldens, acadêmicos do curso de Agronomia da UFSM campus Frederico Westphalen, membros do Programa de Educação Tutorial - PET Ciências Agrárias, sob acompanhamento do tutor, professor Dr. Claudir José Basso.





REFERÊNCIAS

Foto capa: S. Kovaleski/ Embrapa


AGRO URBANO. Incremento de boro pode ser o diferencial no cultivo de canola. 2024. Disponível em: https://www.agrourbano.com.br/release/637/incremento-de-boro-pode-ser-o-diferencial-no-cultivo-de-canola . Acesso em: 19 mar. 2025.

COSSUL, L. Fatores que interagem e afetam a produtividade da cultura da canola. 2007. Disponível em: https://repositorio.ifrs.edu.br/bitstream/handle/123456789/1688/1234567891688.pdf?sequence=1&isAllowed=y. Acesso em: 19 mar. 2025.

ESTEVEZ, R. L. et al. A Cultura da Canola (Brassica napus var. oleifera). Scientia Agraria Paranaensis, v. 13, n. 1, p. 1–9, 2014. https://e-revista.unioeste.br/index.php/scientiaagraria/article/view/8177 . Acesso em: 19 mar.2025.

GUERRA, W. E. X. Adubação de boro na cultura da canola em latossolo vermelho arenoso na região oeste paulista. 2013. Disponível em: http://bdtd.unoeste.br:8080/jspui/bitstream/tede/590/1/Wellington%20Eduardo%20Xavier%20Guerra.pdf . Acesso em: 18 mar.2025.

JÚNIOR, R. S. DE O. Atividade residual de imazaquin e alachlor + atrazine para plantio sequencial de canola. Ciência rural, v. 31, n. 2, p. 219–224, 2001.https://www.scielo.br/j/cr/a/rGDpCvKJQtBqb8GvYs8Pdzx/?lang=pt . Acesso em: 18 mar. 2025.

SILVA, E. “Soja de inverno”: área plantada com canola bate recorde no RS. Disponível em: https://www.trf1.jus.br/sjgo/publicacoes-de-interesse-publico/soja-de-inverno-area-plantada-com-canola-bate-recorde-no-rs.Acesso em: 19 mar. 2025.

TOMM, G. O. Indicativos tecnológicos para produção de canola no Rio Grande do Sul. Passo Fundo: Embrapa Trigo, 2007. 32 p. (Embrapa Trigo. Sistemas de produção, 3).


TOMM, G. O. Manual para o cultivo de canola. Passo Fundo: Embrapa Trigo, 2003a. 22 p. 1 Folder


3TENTOS. Canola ganha força no RS com apoio da 3tentos. 2025.Disponível em: https://revistacultivar.com.br/noticias/canola-ganha-forca-no-rs-com-apoio-da-3tentos. Acesso em: 19 mar. 2025.

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