A adição de adjuvantes apropriados no tanque de pulverização, atualmente, é um fator chave para melhorar a eficiência da aplicação de qualquer defensivo, ampliando assim a performance do produto de interesse e reduzindo perdas e riscos no processo.
Tecnicamente, há duas maneiras principais pelas quais os adjuvantes podem melhorar o desempenho do produto fitossanitário. A primeira é aumentando a quantidade de ingrediente ativo que chega no alvo, já a segunda, é auxiliando no processo de sua absorção. Atuando assim nas etapas de retenção, disseminação, penetração e, finalmente, a translocação nos tecidos vegetais.
Cada adjuvante possui propriedades específicas que contribuem para cada tipo de aplicação, visando a dessecação (pré-colheita e plantio) algumas características se fazem mais importantes:
Proteção de gota: mantém o tamanho e o peso da gota que é produzida pelos bicos até chegar no alvo. Evita perdas, seja pelo arrastamento causado pelo vento (deriva) ou mesmo pela evaporação, e melhora a absorção por aumentar a vida média da gota na superfície da folha.
A proteção da gota diminui dois processos críticos da pulverização: a dispersão e a evaporação. Sob condições quentes e secas, a evaporação das gotas pode ocorrer rapidamente formando cristais dos resíduos químicos que não evaporaram. Na pulverização, os resíduos são soprados para longe de seu local de destino pelo vento, ocorrendo a dispersão. Quando ocorre na superfície da folha, a absorção retarda ou cessa completamente. Acrescentando certos adjuvantes na calda de pulverização, a gota passa pelo processo de evaporação de forma mais lenta, permitindo que as plantas absorvam e metabolizem mais ingredientes ativos.
Cobertura: é a parte da superfície da área-alvo coberta pelo defensivo agrícola. A água, que é o principal constituinte das caldas de pulverização, possui uma alta tensão superficial (força exercida sobre as superfícies do fluido). E, por sua vez, a folha é recoberta por uma camada de cera, o que dificulta o espalhamento e a retenção do produto na sua superfície, influenciando diretamente na sua eficácia.
O uso de adjuvantes em soluções de pulverização aumenta a área molhada pela gota em ambos os lados das folhas, devido ao seu efeito na interação entre a superfície da gota e da folha, diminuindo o ângulo de contato. A gota deve formar um menor ângulo de contato, sem causar um super espalhamento que facilitaria a evaporação.
Translocação: é o movimento do composto químico dentro da planta, ou seja, o movimento do local da deposição do defensivo para o restante dos tecidos vegetais. Está comprovado que a adição de certos adjuvantes na calda de pulverização melhora a permeabilidade do ingrediente ativo do herbicida, levando a uma maior penetração cuticular, infiltração dos estômatos e, posteriormente, uma melhor translocação.
Quando falamos em dessecação, o ponto chave é fazer o herbicida translocar em toda planta, fazendo que ele chegue principalmente até as raízes da planta. Como podemos visualizar na Figura 3, as flechas mostram o local onde foi aplicada a solução, na A foi somente o herbicida, e na B o herbicida mais o adjuvante. Observa-se que na planta da direita (B) houve uma maior translocação do herbicida, tanto na parte aérea como na radicular. Além disso, hoje já existe no mercado alguns adjuvantes que possuem aditivos, que auxiliam a planta no processo de translocação do químico, acelerando o processo de dessecação e diminuindo o rebrote de plantas daninhas.
Vale lembrar que para o desempenho do produto fitossanitário fatores como o alvo a ser atingido; as características do produto utilizado; o equipamento; o momento da aplicação; e as condições ambientais não estarão agindo de forma isolada, sendo responsável pela eficácia ou ineficácia da aplicação. Para mais informações procure um consultor 3tentos.
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