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Manejo outonal de plantas daninhas: quando realizar e quais os herbicidas indicados

Plantas daninhas não controladas podem competir por água e nutrientes com a cultura comercial, além de serem hospedeiras potenciais de pragas e doenças

O manejo outonal de plantas daninhas é uma prática que visa controlar as plantas invasoras no intervalo entre a colheita da safra de verão e a semeadura da cultura subsequente de inverno. Com o objetivo de diminuir a incidência de plantas daninhas na área, a dessecação nesse período vai reduzir problemas com espécies que podem surgir e atrapalhar a emergência da cultura de inverno.

Nos últimos anos, as plantas daninhas vêm representando grande parte dos problemas sobre o rendimento e produtividade nas lavouras, principalmente por conta da competição por água e nutrientes com a cultura comercial, além de serem hospedeiras potenciais de pragas e doenças que podem vir a atacar a cultura.


Para o período outonal, existem várias opções de herbicidas que podem ser utilizados para o controle das plantas daninhas. Por não se ter uma cultura estabelecida, não é necessário se preocupar com a seletividade dos herbicidas. Além disso, ainda reduz o efeito guarda-chuva, que limita a chegada de produtos as plantas mais rasteiras e jovens. Exemplo disso seriam as espécies Trapoeraba (Commelia sp.) e Poaia (Richardia brasiliensis), que apresentam crescimento mais rente ao solo e dificilmente seriam controladas com uma cultura estabelecida.


Na pós colheita da soja, gramíneas como o Capim-amargoso (Digitaria insularis) e o Capim-rabo-de-burro (Andropogon bicornis), ambas plantas daninhas perenes, têm seu controle favoricido. Dessa forma, elas acabam sendo cortadas pela colhedora e iniciam seu período de rebrota, o novo tecido foliar a ser formado terá uma cutícula menos espessa, o que aumenta a absorção dos herbicidas e aumenta o nível de controle dessas espécies.


Um manejo aliado entre dessecação e pré-emergentes faz toda diferença para o controle de espécies com grande número de banco de sementes no solo, como a Buva (Conyza sp.) e o Azevém (Lolium multiflorum Lam.). Isso irá apaziguar a ocorrência dessas daninhas durante o desenvolvimento do trigo ou demais culturas de inverno a serem semeadas.

Plantas de cobertura também são uma ótima opção para diminuir a incidência de plantas daninhas, além de proporcionar a ciclagem de nutrientes no solo e a proteção contra erosão. É importante a utilização de plantas de cobertura com uma boa produção de biomassa.


Quando iniciar o manejo?


Entre os meses de abril e junho é o momento ideal de manejar as plantas daninhas que restaram da safra de verão e as que surgirão. Recomenda-se que nas regiões mais frias a dessecação seja realizada com, no mínimo, 30 dias de antecedência ao plantio.

O ideal para diminuir a incidência e reduzir o banco de sementes, é realizar aplicações rotacionando mecanismos de ação, isso irá dificultar a incidência de plantas daninhas tolerantes ou resistentes na lavoura. Vale ressaltar que quanto mais avançado o estágio de desenvolvimento da planta daninha, mais difícil será o controle. Por conta disso, o manejo das plantas daninhas durante o período outonal torna-se uma importante estratégia de controle, já que grande parte delas estarão ainda em fase inicial, facilitando a translocação do herbicida, que é maior em plantas jovens.


Quais herbicidas utilizar?

O manejo outonal possibilita a utilização de herbicidas com diferentes modos de ação, como, por exemplo, herbicidas inibidores da enzima EPSPs, que atuam impedindo a síntese de determinados aminoácidos essenciais ao crescimento das plantas. Além disso, também é indicado a aplicação de herbicidas que inibem a enzima Glutamina Sintetase (GS) na rota de assimilação do nitrogênio.

Outros herbicidas que também podem ser utilizados são aqueles que mimetizam as auxinas, um composto natural regulador do crescimento de plantas, assim produtos que afetam o crescimento, levando à alteração dos caules e folhas.


Os herbicidas que possuem a inibição da enzima ACCase, responsável pela biossíntese dos ácidos graxos, também são indicados para o manejo outonal de plantas daninhas.


Diante disso, conclui-se que o manejo outonal é de extrema importância para conter as plantas daninhas, devido às possibilidades que esse manejo possui, como a chance de utilizarmos herbicidas com diferentes modos de ação, além da utilização de plantas de cobertura, que também trazem inúmeros benefícios ao solo. 



Texto escrito por Amanda Vitória Mariani e Eduarda Rotilli Antonow, membros da AGR Jr. Consultoria Agronômica, Empresa Júnior do Curso de Agronomia da UFSM Campus Frederico Westphalen, sob a orientação da professora Gizelli Moiano de Paula.


Imagem de capa: reprodução internet

OURO FINO. Saiba como realizar o manejo outonal no período de entressafra. Disponível em:<https://ourofinoagro.com.br/canal-digital/manejo-outonal/>. Acesso em: 29/03/2023.


EVELAGRO. Manejo outonal de plantas daninhas. Disponível em:<https://elevagro.com/materiais-didaticos/manejo-outonal-de-plantas-daninhas-1/> Acesso em: 29/03/2023.


EMBRAPA. Herbicidas mecanismo de ação e uso. Disponível em:<https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/CPAC-2010/30295/1/doc-227.pdf>. Acesso em: 29/03/2023


MAIS SOJA. Mecanismo de ação de herbicidas. Disponível em:<https://maissoja.com.br/mecanismos-de-acao-de-herbicidas2/> Acesso em: 29/03/2023

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