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Saúde do solo: a chave para uma agricultura sustentável e produtiva

Descubra a importância da saúde do solo e como ela impacta na produtividade e sustentabilidade da agricultura, abordando os três pilares essenciais: físico, químico e biológico

A agricultura é fundamental à vida humana e, com o atual cenário crescente da população mundial - que se estima chegar a mais de 9 bilhões de pessoas até 2050 -, produzir mais alimentos, e com qualidade, é uma das principais metas dos agricultores brasileiros.


Nos últimos anos, a agricultura tem se deparado com diversos desafios, tais como mudanças climáticas, um crescente aumento na pressão exercida por pragas e doenças, além dos custos elevados de produção. Por isso, nunca foi tão importante para os produtores serem assertivos na aquisição de insumos e no cuidado com a lavoura.


Pensando em assertividade e produtividade, devemos começar falando da saúde do solo, pois ele é um ecossistema vivo que funciona como a base da agricultura. É dele que as plantas extraem nutrientes e água, impactando diretamente na qualidade e na quantidade de alimentos produzidos.


Acompanhe o artigo até o final e descubra como a saúde do solo pode ser aliada a produtividade e longevidade da sua lavoura.


A importância dos solos


O entendimento de que a saúde do meio ambiente – água, solos e plantas – está interligado com a saúde humana consolidou-se nas últimas décadas. Com isso, a forma como interagimos e manejamos o meio ambiente tem sido considerada relevante quando pensamos em sustentabilidade e longevidade dos nossos recursos naturais.


A agricultura é uma das atividades que faz uso constante dos solos, e por isso o conceito saúde do solo começou a ser propagado no meio visando garantir que o solo seja conservado e esteja saudável, ou seja, equilibrado nos seus três pilares – físico, químico e biológico.



Os três pilares do solo

Pilar físico

Quando olhamos para nossas lavouras, esse é o pilar capaz de ser visivelmente identificado.


A estrutura física do solo está diretamente relacionada à capacidade de infiltração, retenção de água e ar, contribuindo para um ambiente propício ao desenvolvimento das raízes e dos microrganismos benéficos ao solo. A parte física do solo é composta por:


  • Textura: contribui  na capacidade de retenção de água e nutrientes, pois é definida pela proporção granulométrica da fase mineral do solo, ou seja, a porcentagem de areia, argila e silte. Por exemplo, solos arenosos possuem menor capacidade de retenção de água e nutrientes do que os solos argilosos.

  • Estrutura: é a organização das partículas do solo com outras substâncias, como a  matéria orgânica, influenciando na permeabilidade da água e dos nutrientes      que chegam até as raízes das plantas.

  • Porosidade: relacionada aos poros que compõe o solo, ou seja, o tamanho e quantidade presentes. Essa informação é importante para entendermos como ocorre a circulação de ar e água no solo.

    Esses três atributos físicos são determinados com base na rocha que originou o solo. Ao compreendê-los, será possível estabelecer o manejo adequado para assegurar o sucesso da plantação.


Pilar químico

O pilar químico são os elementos químicos e suas interações.


Esses elementos são essenciais para garantir a produtividade da lavoura e podem ser diretamente influenciados pelas decisões tomadas durante o manejo – principalmente quando falamos de nutrientes, o qual as culturas plantas extraem constantemente, exaurindo o solo.


Entendemos que sem os nutrientes as plantas não se desenvolvem, sendo a disponibilidade dos mesmos dependente de fatores físicos (estrutura e textura), pH (ácido, básico ou neutro), a atividade dos microrganismos (como fungos e bactérias) e também da presença de matéria orgânica.


Entre os fatores, o pH é uma característica química do solo essencial para a manutenção das plantas e da vida que há nele, pois em determinadas faixas pode haver a inatividade de alguns tipos de microrganismos e indisponibilidade de nutrientes essenciais à lavoura.


Um solo com pH ideal tem a atividade dos microrganismos ativa, nutrientes disponíveis e, consequentemente, produtividade e saúde.


Pilar biológico

Este é o pilar relacionado à vida presente no solo e suas interações.

 

Nas últimas décadas, muitos estudos têm sido realizados para compreender melhor este pilar e sua relação com o avanço e sustentabilidade da agricultura. Concluiu-se que esse entendimento começa com a microbiota do solo.


A biodiversidade presente é responsável por inúmeros processos essenciais, como a mineralização da matéria orgânica, que gera elementos uteis e essenciais às plantas.


Por exemplo, nutrientes podem ser liberados através dessa mineralização, que é realizada pelos próprios microrganismos do solo. Os compostos orgânicos são convertidos em nutrientes minerais, como nitrogênio, fósforo, potássio, entre outros, que são fundamentais para o crescimento e desenvolvimento das lavouras.


Como os três pilares se relacionam com as plantas? Em outras palavras, como a sinergia solo-planta pode contribuir para altas produtividades e um solo saudável?



Relação Solo - Planta

Pouco depois de germinar, a planta emite a radícula, a sua raiz embrionária, estabelecendo o primeiro contato entre o solo e a planta. A raiz é fundamental para absorver água e nutrientes necessários do solo, durante todo ciclo da planta.


Em relação ao solo, para que a raiz se desenvolva adequadamente, é crucial que atributos físicos, como a porosidade e a textura, sejam propícios ao seu crescimento, além da disponibilidade de água, nutrientes e uma microbiota ativa para otimizar o seu estabelecimento.


A área do solo ocupada pela raiz é conhecida como rizosfera, onde ocorrem diversas reações vitais para o solo e a planta, e abriga diversos tipos de microrganismos.



Microrganismos e as plantas

Alguns tipos de microrganismos, como fungos e bactérias, se associam à raiz beneficiando todos os envolvidos:


Bactérias: as rizobactérias colonizam a área da rizosfera criando uma rede de proteção ao sistema radicular contra o ataque de patógenos de solo, como nematóides. Além disso, elas também geram enzimas que contribuem diretamente para a mineralização e disponibilização de elementos que ajudam no crescimento das plantas, como nitrogênio e o enxofre.


Fungos: tão essenciais quanto as bactérias, quando se associam às raízes são chamados de micorrizas e estabelecem uma relação simbiótica. Eles se tornam uma extensão do sistema radicular, contribuindo na absorção de água e nutrientes, principalmente quando se encontram mais distante da raiz.


Os microrganismos são fundamentais para que a planta se desenvolva de maneira saudável e alcance elevados potenciais produtivos.


Desafio do século

Com o objetivo de garantir a crescente demanda produtiva nas safras e lidar com as principais adversidades, como as condições climáticas, ter um solo saudável - que possui equilíbrio químico, físico e biológico – é fundamental. É importante que o manejo seja realizado respeitando o ecossistema natural e vivo do solo, para que ele possa contribuir na missão de suportar os principais desafios atuais.


Como fazer isso?

O manejo e os insumos são a resposta para essa pergunta: realizar rotação de culturas, cuidar para que o solo sempre esteja coberto de palhada e utilizar produtos que cuidem do pilar biológico, além do químico.


Imagem de capa: reprodução


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