Ganhando cada vez mais relevância dentro do cenário regional, a cultura do trigo vem se destacando devido à sua elevada rentabilidade nas recentes safras. Tal fator faz com que produtores que, muitas vezes, não consideravam tão relevantes alguns importantes manejos da cultura, acabem repensando tal cultivo de maneira mais detalhada. Nesse sentido, buscam melhorar os manejos culturais e o cenário de produção, a fim de obterem maiores rendimentos nessa cultura, que está com crescente participação na rentabilidade e na manutenção do saldo financeiro positivo dentro da propriedade, principalmente em anos de seca na safra de soja.
Dentre os manejos relacionados à nutrição, existem todos os cuidados relacionado ao NPK, porém, há também outros nutrientes que são fundamentais para a cultura, como, por exemplo, zinco (Zn), ferro (Fe), manganês (Mn), boro (B) e molibdênio (Mo). Todos esses possuem em comum o fato de serem considerados micronutrientes. Por serem “micro”, não significa que eles possuem menor importância do que os “macro” (N, P, K, Ca, S e Mg), mas sim que a cultura do trigo precisa deles em menor quantidade por hectare. Tanto os macronutrientes quanto os micronutrientes são elementos essenciais para a planta completar o seu ciclo no mesmo grau de importância, a única diferença é que a planta precisa dos macronutrientes na proporção de quilogramas e os micronutrientes na proporção de gramas.
Dentre esses micronutrientes, o Zn é um dos que possui maior influência no desenvolvimento das plantas de trigo, principalmente nos estágios iniciais da cultura. Isso devido ao seu papel para a síntese de triptofano, o aminoácido precursor da auxina, um hormônio que está relacionado diretamente ao crescimento e desenvolvimento da planta.
Desenvolvimento inicial de plantas tratadas com produto a base de Zn e testemunha.
Uma safra de sucesso inicia com um bom estabelecimento, e é durante a emergência e o desenvolvimento inicial da cultura do trigo que buscamos garantir um arranque rápido e uniforme das plântulas, maior enraizamento, plantas mais vigorosas e com maior número de afilhos. Isso resultará em plantas mais preparadas para possíveis adversidades que poderão surgir ao longo da safra.
Nesse cenário, a prática de tratamento de sementes com produtos à base de Zn pode auxiliar para um excelente estabelecimento da lavoura, uma vez que são de conhecimento resultados comprovados quanto ao melhor enraizamento, arranque inicial e uniformidade, vigor e tolerância a estresses, reserva de colmo e potencial para enchimento de grãos em plantas tratadas com produtos à base de Zn.
Plantadas tratadas com produtos a base de Zn no TS e testemunha, após geada em Júlio de Castilhos/RS.
Mesmo havendo teores suficientes indicados na análise de solo, alguns fatores podem influenciar, reduzindo a disponibilidade desse nutriente no solo, como, por exemplo, elevado pH decorrente de uma alta dose de calcário, efeito antagônico com o fósforo (P) quando em altas doses. Ademais, o tratamento de sementes com Zn promove um estímulo de efeito fisiológico sobre as plantas, estimulando o seu desenvolvimento inicial, quando ainda possuem sistema radicular pouco desenvolvido.
Para termos bons resultados com o manejo da nutrição, precisamos ter um bom diagnóstico da nossa área e ter conhecimento sobre qual a real demanda da cultura para a produtividade que esperamos, e, então, estarmos atuando na relação entre esses dois fatores fornecendo de forma adequada os nutrientes com a fonte, dose, local e momento corretos. Em relação ao Zn, disponibilizar entre 100g e 150g desse nutriente por hectare no tratamento de sementes tende a ser suficiente para atender à demanda da maioria dos materiais genéticos cultivados no sul do país. Com esse manejo, foi observado um melhor enraizamento, um maior crescimento inicial e um incremento médio de 2,8 sacos por hectare em lavouras demonstrativas conduzidas por agricultores com acompanhamento da Yara Brasil.
Imagem capa: reprodução/Yara