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Fungicida no alvo: como a utilização de adjuvantes auxilia na aplicação

A adição de adjuvante à calda de pulverização tanto aérea como terrestre, assume importante papel na eficiência de fungicidas


As doenças foliares são consideradas um dos principais fatores que limitam a exploração do máximo potencial produtivo de uma cultura. Quando não realizado um método de controle eficaz e as condições ambientais forem favoráveis, doenças, como as fúngicas, podem causar perdas de até 100% da produtividade de grãos.


Existem diversas estratégias, que associadas, eliminam ou abrandam as doenças causadas por fungos. Contudo, o controle químico é um dos métodos mais utilizado e eficiente, demonstrando ser uma prática economicamente viável. O número de aplicações irá depender das condições ambientais, da presença do patógeno durante o ciclo da cultura e da suscetibilidade da variedade.


Alguns fatores são essenciais para realizar uma aplicação de fungicida de forma adequada, além de ser realizada no momento correto, esta deve proporcionar uma cobertura suficiente do alvo e nele depositar a quantidade de defensivo necessária, evitando o mínimo de perdas e contaminação do ambiente. Para isso, a adição de adjuvante à calda de pulverização tanto aérea como terrestre, assume importante papel na eficiência de fungicidas.


Cobertura


As aplicações de fungicidas geralmente são realizadas quando as plantas possuem maior índice de área foliar, dificultando a penetração do defensivo principalmente na parte inferior. Não havendo a cobertura necessária, o controle torna-se ineficiente, mesmo em aplicações com produtos sistêmicos. Esses produtos, em geral apresentam movimentação limitada nas plantas e exigem, igualmente, boa distribuição ao longo do dossel. Além disso, alguns fungicidas apresentam movimentação no sentido da base para o topo de cada folíolo ou folha, com mínima chance de movimentação no sentido contrário e sem a possibilidade de translocação de uma folha para outra.


Figura 1: Diferença de cobertura, em uma superfície vegetal sem adjuvante (a) e com adjuvante (b) (Fonte: Agronomy2021, 11(9), 1790;)


Para melhorar a cobertura em uma superfície vegetal durante aplicações de fungicidas, pode-se adotar algumas estratégias, como:


  • Aumentar a taxa de aplicação: a aplicação de um volume maior de calda pode resultar em uma cobertura mais uniforme das plantas, garantindo que os produtos atinjam todas as áreas da cultura. No entanto, resulta em menor rendimento operacional, além de favorecer o escorrimento de gotas.

  • Redução do diâmetro das gotas: gotas mais finas na pulverização, proporcionam uma melhor cobertura no terço inferior das plantas devido à sua capacidade de penetração no dossel. Porém, gotas menores têm maior probabilidade de serem levadas pelo vento, o que pode resultar em perdas de produto por deriva.

  • Espalhamento: o espalhamento das gotas permite que elas cubram uma área maior da superfície foliar. Mas, um superespalhamento aumenta o risco de evaporação precoce da gota, especialmente em condições de alta temperatura, baixa umidade relativa e vento.

  • Adjuvantes: a adição de adjuvante à calda de pulverização é fundamental para melhorar a cobertura e a eficácia da aplicação de produtos fitossanitários. No mercado atual, encontramos adjuvantes que possuem em sua formulação antievaporantes de alta performance, esses produtos garantem a proteção da gota no trajeto ponta-alvo, diminuindo as perdas de gotas muito finas, o que reduz a deriva e a extinção precoce delas e, assim, reduz a evaporação.


Além disso, o uso do adjuvante certo é capaz de reduzir a tensão superficial, sem causar o super espalhamento. Isso resulta na diminuição do ângulo de contato das gotas sobre a superfície foliar, permitindo que as gotas cubram uma área maior, ao mesmo tempo que favorece a absorção do fungicida.


Figura 2: Exemplo de proteção de gotas (Fonte: Inquima Ltda.)


Absorção


Ao entrar em contato com a planta, a primeira barreira que o produto químico encontra é a cutícula, uma fina película superficial composta de cera impermeabilizante. A função mais importante da cutícula é a proteção dos tecidos vivos das plantas contra a perda de água, mas constitui-se também em uma barreira para a penetração de produtos químicos aplicados via folha.


Quando um adjuvante é adicionado a uma solução, o resultado é mais complexo do que simplesmente diminuir a tensão superficial da solução. Ele também pode alterar a permeabilidade da cutícula da folha, pois tem a capacidade de formar uma ponte entre produtos químicos diferentes, como óleo e água, ou água e cera na superfície da folha. O resultado é aumento não apenas no contato superficial e na redução do escorrimento, mas também no aumento da penetração nas folhas. Além disso, a função umectante do adjuvante permite o que chamamos tecnicamente de ponto úmido, o que favorece a absorção do fungicida.


Óleo


A utilização de óleo reduz a tensão superficial, diminuindo o ângulo de contato das gotas sobre a superfície foliar. Também auxiliam na absorção do ingrediente ativo (i.a.), dissolvendo as gorduras da cutícula e membranas celulares, facilitando a entrada do produto por difusão no interior da superfície foliar, chegando aos espaços intercelulares. Cabe destacar que os grupos químicos das Carboxamidas e Estrobilurinas são altamente dependentes de óleos, pois possuem maior afinidade por óleo em relação a água (alto Log Kow), necessitando de uma base oleosa para sua solubilidade.


No entanto, doses acima do recomendado e em condições desfavoráveis podem provocar fitotoxicidade, prejudicando assim o funcionamento celular. No mercado atual podemos encontrar tecnologias associadas a formulação de óleos, que aceleram a absorção, reduzindo eventuais danos causados pela intensa luminosidade nas gotas de óleos sobre a superfície foliar.


Figura 3: Exemplo de pontos de absorção com óleo comum (a) e com óleo contendo a tecnologia da nanoemulsão (b) (Fonte: Inquima Ltda.)


Em resumo, a escolha de estratégias de aplicação e o uso de adjuvantes adequados são cruciais para garantir uma aplicação eficaz e econômica do fungicida. É importante considerar as condições específicas do ambiente, do fungicida e da cultura para tomar decisões sobre os parâmetros realacionados ao equipamento e a escolha do adjuvante adequado. O objetivo é maximizar a eficácia do tratamento, minimizar impactos negativos e garantir a segurança ambiental. Para mais informações, entre em contato com o time da 3tentos através do WhatsApp 0800 878 2886, ou pelas redes sociais.


Capa: reprodução internet

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