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Como manejar plantas daninhas na entressafra da soja?

É importante que o manejo das daninhas seja pensado no momento da implantação da cobertura de solo que irá anteceder a semeadura da soja

A preocupação com o manejo de plantas daninhas na soja não pode se restringir a pré-semeadura (dessecação) ou ao ciclo da cultura da soja com pré e pós emergente. As plantas daninhas competem por água, luz e nutrientes e podem comprometer a produtividade final de grãos da oleaginosa, sendo assim, é interessante que o manejo das daninhas já seja pensado no momento da implantação da cobertura de solo que irá anteceder a semeadura da soja.


O manejo das plantas daninhas durante a entressafra, com a utilização de uma boa cobertura de solo ou até do próprio trigo e, às vezes, associado a uma intervenção química, tem como objetivo facilitar o manejo durante o cultivo da soja. As coberturas de solo na entressafra, além de melhorar as condições físicas, químicas e biológicas do solo, são importantes ferramentas para o manejo de invasoras em áreas com soja em sucessão. Além desse efeito supressor, algumas plantas de cobertura exercem também um efeito alelopático, assim como minimizam as variações de temperatura na superfície e auxiliam na manutenção da água no solo pela menor evaporação. Por isso, conhecer cada cobertura de solo com relação a densidade de semeadura, ciclo, capacidade competitiva e sua utilização de forma isolada ou em mix, é fundamental para que essas exerçam seu papel como plantas supressoras das ervas daninhas.


Nesse sentido, para o Rio Grande do Sul, algumas coberturas de solo se destacam como: aveia preta (Avena strigosa), aveia branca (Avena sativa L.), nabo forrageiro (Raphanus sativus L.), centeio (Secale cereale), azevém (Lolium multiflorum), além de outras misturas de duas ou mais espécies de plantas de cobertura, denominado de “mixes de cobertura”.


Como já colocado por Doneda et al. (2012), a utilização de plantas de cobertura em consórcio é um ponto interessante no controle de espécies indesejadas. Quando comparado ao cultivo isolado de cada espécie, o consórcio tem mostrado maior produção de biomassa e, consequentemente, maior supressão de invasoras.


Quando queremos adiantar a cobertura de solo, a sobressemeadura é uma ferramenta que pode ser utilizada dependendo da cobertura. Ela consiste na semeadura da cobertura de solo a lanço sobre a lavoura de soja no estádio R7.3 (mais de 50% de folhas e vagens amareladas).


Por fim, vale lembrar que, para evitar o aumento no número de plantas daninhas resistentes, se torna necessário o uso de todas as ferramentas disponíveis para uma melhor eficiência dentro do Manejo Integrado de Plantas Daninhas (MID). Dentre esses recursos estão a utilização de plantas de cobertura de solo e a rotação de cultura e herbicidas com diferentes mecanismos de ação, fatores fundamentais para o sucesso no manejo de invasoras.


Realizado por: Igor Streit e Márlon Ribeiro Feldens acadêmicos do curso de Agronomia da UFSM, campus Frederico Westphalen, membros do Programa de Educação Tutorial - PET Ciências Agrárias, sob acompanhamento do tutor, professor Dr. Claudir José Basso.


REFERÊNCIAS:

DONEDA, A. et al. Fitomassa e decomposição de resíduos de plantas de cobertura puras e consorciadas. Rev. Bras. Ciênc. Solo. 2012, vol.36, n.6, pp.1714–1723


Foto de capa: Reprodução/internet

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