Hoje em dia é indiscutível afirmar que a tecnologia vem se tornando, cada vez mais, forte aliada do Agro. Esse crescimento do nível digital e tecnológico nas propriedades vem proporcionando diversos benefícios e auxiliando a tomada de decisão do agricultor, permitindo assim atingir maiores produtividades, reduzir e otimizar recursos, além de prover diagnósticos mais precisos do que está acontecendo no campo.
Um dos campos de estudo da Agricultura Digital, ou Agricultura 4.0, é o uso do sensoriamento remoto, ou seja, de que forma os dados provenientes de imagem de satélite podem fornecer informações e diagnósticos sobre o que está acontecendo com a lavoura ao longo do tempo. Em seguida, iremos entender o que é o NDVI e qual é a sua utilidade e importância no dia a dia do campo.
O que são imagens NDVI?
Se trata de uma sigla em inglês que traduzida significa “Índice de Vegetação da Diferença Normalizada”, ou seja, um índice que avalia a condição real de uma lavoura, sendo um bom exemplo de como as imagens de satélite podem ser utilizadas na agricultura.
Basicamente, a partir das imagens oriundas do satélite, algumas bandas de imagem são aproveitadas para fazer um cálculo, que busca evidenciar se no solo há ou não a presença de vegetação. No caso do NDVI, é um indicador de biomassa fotossinteticamente ativa que, em outras palavras, representa o quão saudável é a vegetação do local. Permite assim, tanto identificar o que é ou não a lavoura, quanto definir o estado geral dela.
O que significa cada uma das cores que retorna no NDVI?
Os seus valores de resultado variam de -1 a 1. Valores negativos indicam vegetação senescente ou morta, objetos como pedras, superfícies de água e nuvens, isto é, as regiões da lavoura onde não há presença de plantas vivas.
O solo descoberto é indicado na faixa de 0,1 até 0,2 sendo assim, todos os valores entre 0,2 até 1 são aqueles que correspondem à presença de vegetação. Como regra geral, quanto mais próximo for o valor de 1 mais saudável é a planta.
Podemos então dividir esses valores (acima de 0,2) em três faixas, como mostra a imagem abaixo. Os valores entre 0,2 e 0,33 são da vegetação com algum tipo de deficiência, já os valores entre 0,33 até 0,66 correspondem a uma vegetação moderadamente sadia. Valores acima disso, entre 0,66 e 1, são de vegetação muito sadia. A imagem a seguir ilustra melhor esses índices:
Analisando os índices em mapas e suas aplicações
Agora que já sabemos o significado de cada um dos valores dos índices, chega o momento de gerar mapas com esses dados. Tradicionalmente, se trata de um mapa de cores que variam de vermelho a verde escuro. Nessa escala, o vermelho corresponde a valores mais próximos de -1 (vegetação morta ou inexistente) e as partes em verde correspondem a valores mais próximos de 1 (vegetação saudável ou mais densa).
A 3Tentos possui um software próprio que identifica e gera esses mapas. O programa é utilizado pelos nossos consultores, possibilitando o acompanhamento remoto da lavoura, diagnosticando pontos mais saudáveis e outros pontos que precisam de maior atenção, e que possivelmente podem estar sofrendo com problemas pontuais. Veja um exemplo real do acompanhamento de uma área:
Conforme a escala de cor dos pontos verdes, é possível conferir as faixas e a sua distribuição no talhão. Realizando comparativos da plantação ao longo de uma mesma safra, e até em diferentes safras, é possível categorizar os talhões em zonas de manejo, ou seja, divisões que classificam as áreas conforme o potencial produtivo. Nessa lógica, se abrem diversas possibilidades de uso desses dados para o campo, considerando a heterogeneidade de cada talhão para fazer intervenções otimizadas, como:
- Distribuição de fertilizantes;
- Semeadura em taxa variável;
- Predição de Produtividade;
- Análise das condições de semeadura;
- Análise da uniformidade de germinação;
- Análise da saúde da plantação;
- Identificação de reboleiras de patógenos ou pragas;
- Supervisionar condições hídricas;
- Falhas de pulverização;
- Comparativos de manejos diferentes.
O NDVI e a Agricultura Digital funcionam?
Os sistemas de produção intensificados, ou seja, que utilizam mais insumos, são substancialmente beneficiados pela tecnologia de NDVI. Diversas frentes de estudo vêm desenvolvendo pesquisas em torno da tecnologia e comprovando sua eficácia, além de atribuir novas possibilidades para a ferramenta.
Portanto, trata-se de uma tecnologia extremamente útil para a avaliação da saúde das plantas, possibilitando investigações mais precisas sobre possíveis problemas que podem estar ocorrendo. Trabalhando com os insumos de maneira localizada, é possível distribuir o que é necessário, onde é necessário, quando é necessário e quanto for necessário.
A geração desses mapas e zonas de manejo, aliados ao acompanhamento das próximas safras, poderão se tornar ferramentas de planejamento para o agricultor. Com essas informações na palma da mão, é possível construir um plano sólido que auxilie na tomada de decisão, tais como: planejar a aquisição de insumos, montar o plano de áreas de culturas e cultivares, programar intervenções nas áreas, organizar o quadro de funcionários, etc.
A digitalização e a tecnificação das safras por meio da agricultura digital é revolucionária. No momento em que vivemos da agricultura moderna, o uso dessas tecnologias irá garantir diversos benefícios para aqueles que fizerem bom uso desses recursos, seja para incrementar seus ganhos, reduzir seus custos ou até mesmo otimizar os seus processos da porteira para dentro.
Sendo assim, a tomada de decisão com base em dados irá fornecer uma nova percepção para a experiência dos que vivem no campo, juntando o valor do conhecimento de vida dos agricultores com o que de melhor a tecnologia tem para oferecer. A 3Tentos vem desenvolvendo ferramentas de Agricultura Digital e sensoriamento remoto para fornecer assessoria técnica de qualidade. Muito em breve iremos ver nossos parceiros usufruindo ainda mais de todo o aparato de tecnologias e informação, que cada vez mais farão parte do seu cotidiano.