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Decisões baseadas em dados ou em feeling?

Há uma música do grupo Papas da Língua que em seu refrão diz: “[...] números, números, números, o que é, o que são, o que dizem sobre você...” e foi exatamente esta que veio a minha mente quando, pela milésima vez, refleti sobre o que venho pesquisando há pelo menos 12 anos da minha vida e sobre minha função na 3tentos atualmente: Inteligência de Negócios com base em dados ou fatos.

Alterei o substantivo “números” por “dados”, e comecei a perceber o quanto os fatos falam por si mesmos e revelam a identidade de pessoas e empresas. Até mesmo objetos são definidos por suas características, as quais, numa definição simplista, não passam de dados.


Não é nenhuma novidade que hoje as empresas, dos mais diversos setores, se identificam como “data driven”, ou seja, companhias que tomam suas decisões estratégicas excluindo ou reduzindo o feeling de gestores e aderindo ao que os dados mostram sobre sua realidade. E sabem por quê? Porque o feeling é permeado por emoções, e estas nem sempre são o melhor caminho na hora de tomar decisões, ainda mais quando se trata de negócios. Mas será que os dados, indiscutivelmente, dispensam convicções de executivos?


Primeiro é preciso compreender o que é feeling e como ele é formado na mente de gestores. Segundo Alden M. Hayashi  da Harvard Business Review, este termo pode ser entendido como intuição, julgamento profissional, instinto, palpite, convicções adotadas com base num misto de conhecimento sobre fatos relacionados ao assunto que está em questão, mas que já ocorreram; em experiências anteriores e/ou ainda em sensações físicas, como o “frio na barriga” ou o “acelerar do coração”. Conforme seu artigo “When to Trust Your Gut” - traduzido como “Quando confiar em seu instinto” - as emoções e sentimentos são indispensáveis para que se escolha qual(is) decisão(ões) tomar, visto que nossa mente recebe e processa muitos dados continuamente de forma inconsciente.


O resultado desse processamento pode se tornar consciente através de uma escolha de negócios por exemplo, a qual nem sempre conseguimos ou sabemos explicar os motivos que nos levaram a tomá-la, mas que em síntese, são resultado de horas de trabalho de nosso cérebro com base em fatos vivenciados em outros momentos. Ainda assim, o fator decisório é resultado de um processamento destes dados que é permeado por emoções.


Por isso os acontecimentos relatados em fatos ou dados são o subsídio para detectar padrões que podem se repetir em negociações, mas o que fazer com esta conscientização dos padrões percebidos, pode ainda ser algo permeado por emoções. Diante da importância consciente ou inconsciente das informações, é indiscutível a importância da análise de dados, seja ela em Business Intelligence – estudo do que já aconteceu – ou em Business Analitycs – estudo ou previsão do que poderá acontecer, com base em padrões.


A verdade é que muitas organizações possuem a compreensão supracitada, mas não analisam 2 (dois) pontos cruciais: seu nível de maturidade em dados e se seus gestores possuem inteligência emocional para lidar com a conscientização dos fatos. Sim, estes aspectos são de importância substancial, visto que dispor dos dados e entender o que eles dizem, não garante necessariamente, a melhor tomada de decisão para a companhia. Basta pensar no atual cenário de importação de fertilizantes para Brasil: os dados revelam nosso percentual de dependência de países como a Rússia, apontam a proeminência de escassez talvez sem precedentes, mas qual decisão tomar? Continuar importando? Pensar em produção interna? Seria economicamente viável? O que seria necessário para que isto acontecesse? No compilar de muitas variáveis e movidos por emoções, saberemos as cenas dos próximos capítulos.


Ricardo Cappra, do Cappra Institute nos ajuda a pensar sobre o primeiro ponto que considero crucial para a tomada de decisões nas empresas: a maturidade em dados. No ano de 2020, Cappra se deteve num estudo com mais de 500 profissionais de empresas brasileiras com o objetivo de mensurar seu Índice de Maturidade Analítica (IMA), tentando compreender o quanto o recurso “dados” éra utilizado nos negócios destas organizações; a eficiência dos processos de transformação de dados em conhecimento e quais os impactos que essa utilização dos fatos compilados com vistas ao busines geravam.


Cappra concluiu que o IMA destas organizações apontou o uso pontal dos dados nas tomadas de decisões, ou seja, existem alguns de seus processos que são analíticos e que resultam em indicadores baseados em fatos. Tais companhias entendem que precisam aprimorar suas soluções em dados, mas ainda não chegaram ao nível de maturidade da “Empresa de Dados”, nas quais a definição é autônoma e os fatos mesmos apontariam a tomada de decisão ideal.


É neste momento que acredito emergir o feeling como o segundo ponto crucial na tomada de decisões pelos gestores das companhias. Com sua expertise ou experiência, possuem o que chamo de “algoritmo mental de negócios”, o qual nada mais é do que o processo cognitivo que alia dados bem selecionados, tratados e organizados – (ETL de Business Intelligence) com uma boa dose de inteligência emocional e conhecimento do negócio em questão. Creio ser esse o caminho eficiente para uma empresa data-driven.


Porém, não sejamos ingênuos. Há ainda uma mudança cultural ou de mindset a ser efetuada em pessoas e/ou companhias que escutam mais seu ego do que os fatos. Nem tudo é exclusivamente feeling e nem tudo são apenas dados; mas ambos aliados e bem alinhados podem dizer muito sobre o que sua empresa é e o que poderá vir a ser.

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