A agricultura tem participação muito importante na economia do país e a busca por segurança de produtividade está cada vez mais presente. Neste aspecto, para amenizar os efeitos da falta de chuvas, buscam-se alternativas em sistemas de irrigação, onde se destaca o pivô de irrigação. Segundo a Agência Nacional de Águas (ANA), a área irrigada por pivô de irrigação no Brasil corresponde a 1,6 milhão de hectares e mais de 25 mil equipamentos instalados, tendo um crescimento anual de aproximadamente 100 mil hectares, que dobrará a área irrigada até 2040.
O pivô de irrigação é o sistema que mais vem crescendo entre os sistemas de irrigação, principalmente pelo fácil manejo, em função da tecnologia envolvida. Pode ser instalado em pequenas, médias e grandes propriedades, nas mais variadas regiões do país e do exterior. O sistema possibilita instalação em áreas de 3 até mais de 300 hectares por equipamento e são projetados para uma vida útil de até 30 anos.
Benefício da irrigação
O principal benefício é o aumento da produtividade por hectare, que pode chegar a até 3 vezes, quando comparada à agricultura de sequeiro (sem irrigação) e a minimização dos riscos por falta de chuvas regulares, mas observam-se outros benefícios conforme abaixo:
- Inclusão de safra adicional;
- Aplicação de defensivos e fertilizantes no momento que a cultura precisa;
- Possibilidade de aplicar fertirrigação (água e fertilizantes).
O manejo também é importante e a quantidade de água aplicada varia de acordo com o solo, cultura, estágio da cultura. Tanto a falta como o excesso de irrigação geram perda na produtividade.
O sistema de irrigação tipo pivô central
O sistema de irrigação tipo pivô central é composto por um bombeamento, uma adutora e a parte aérea, conforme a imagem abaixo:
A água é captada no bombeamento por um conjunto motobomba, podendo ser acionado por um motor elétrico ou a diesel; Em seguida, é transportada através da adutora, entrando na parte aérea através da torre central fixa.
Os lances da parte aérea, juntamente com a torre de acionamento, variam em quantidade de acordo com a área irrigada, podendo ultrapassar 20 torres e 1000 metros de extensão e giram em torno da torre central. Cada lance possui uma quantidade de aspersores que distribuem a água ao longo do equipamento, aplicando a lâmina solicitada.
Existem no mercado sistemas onde a torre de acionamento é ativada por contato, provocando movimentos intermitentes. Em outros casos, os movimentos são mais precisos, com inversor de frequência, que geram movimentos contínuos criando lâminas mais uniformes e menos esforços estruturais, principalmente em áreas com maior declividade.
Dimensionamento do sistema de irrigação
O sistema de irrigação é dimensionado de acordo com a área irrigada e a lâmina aplicada, que se diferenciam de acordo com a região, o solo e a cultura. Atualmente os projetos variam entre 8 mm e 15 mm de água por dia.
Para definir as características do equipamento é necessário um levantamento topográfico para verificar a declividade da área e a altura manométrica até a captação de água. O bombeamento pode ser de rotação fixa ou variável, para grandes desníveis no equipamento e/ou que possuem variação no nível da barragem é recomendo utilizar sistemas de rotação variável, pois reduzem excesso de pressão e podem gerar uma economia de até 40% no consumo.
Operação do pivô de irrigação
O pivô de irrigação possui um painel de controle na torre central que é utilizado para a operação, o controle e o monitoramento do equipamento, podendo também ser operado e monitorado a distância através do computador ou celular. É um equipamento de fácil operação, onde é informada a lâmina a ser irrigada, a posição de destino e o sentido de giro, tendo pouco envolvimento no manejo.
Custo do sistema de irrigação
O custo para instalação de um pivô de irrigação varia de acordo com a área a ser irrigada, a lâmina diária, a altura manométrica, a distância entre o bombeamento e a torre central, a declividade da área, entre outros fatores, variando de 20 a 35 mil reais por hectare.
Equipamentos menores possuem custo maior por hectare, e isso acontece porque quanto menor o equipamento menor a média irrigada por lance. O investimento em pivô de irrigação é viável em várias propriedades, pois além da garantia de safra e a qualidade, o retorno do investimento ocorre em aproximadamente 4 anos. Além disso, em uma década, chega-se em média a 6 anos com alguma perda por estiagem.